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ICT - Desenvolvimento de Capital Relacional

O ponto de partida sempre será entender quem somos. Sem um diagnóstico claro das competências que já existem na instituição, é difícil estabelecer parcerias relevantes. Isso vai desde infraestrutura até áreas de conhecimento, linhas de pesquisa, laboratórios, grupos consolidados e histórico de inovação. Só assim é possível sair do discurso genérico de “queremos parcerias” e, de fato, apresentar valor.
Com esse mapeamento em mãos, o caminho natural é buscar complementaridade. Nenhuma ICT, por mais robusta que seja, tem tudo — e é aí que as conexões ganham peso. Procurar por parceiros que ampliem capacidades técnicas, tragam novas abordagens ou tenham acesso a campos de aplicação distintos pode ser o que transforma uma boa ideia em uma proposta real de P&D com impacto.
Mas não se trata apenas de encontrar parceiros acadêmicos. O esforço precisa incluir o setor produtivo. Empresas que atuam com as temáticas de interesse da ICT — e que já têm em seus planos de ação iniciativas aderentes à pauta científica — são aliados naturais. Não é sobre convencer, e sim sobre mostrar: estamos prontos, sabemos onde atuamos, e temos um modelo de entrega.
Nesse contexto, o fomento deixa de ser um acessório e passa a ser articulador. Nenhuma empresa quer assumir riscos isoladamente. E nenhuma ICT pode sustentar inovação só com orçamento próprio. Os mecanismos de fomento — públicos ou híbridos — precisam entrar como amortecedores de risco, facilitadores de confiança, e até mesmo como vetores de agilidade.
O maior desafio talvez esteja menos na técnica e mais na orquestra: juntar competências internas, parceiros estratégicos, empresas com maturidade em inovação e uma política de fomento bem estruturada exige narrativa, paciência e uma governança fluida. Mas quando isso acontece, a inovação deixa de ser potencial — e vira entrega.